O Jardim Botânico do Príncipe Real reabriu aqui há um mês e tal. Assim que pude, peguei na minha miúda e lá fomos, tal qual como a minha mãe fazia comigo quando era pequenina.
Gosto que a Luz tenha contacto com a Natureza, que sinta a terra entre os dedos, que arraste a mão pela casca das árvores para lhes perceber a textura, que cheire as flores e que conheça todos os animais a quem a Mãe Natureza providencia abrigo e mantimento.
Quero que perceba que é parte de um sistema e não o centro de tudo. Que tem de conhecer e respeitar a terra que habita e que lhe providencia abrigo e mantimento, para poder perceber de que massa é feita, como ser humano e, sobretudo, como mulher.
As mulheres têm uma ligação inata à Natureza, porque, tal como ela, são feitas de ciclos. Percebem-lhe a natureza, porque a sua natureza está programada de acordo com as mesmas regras. Deve ser por isso que se atribui o feminino à Natureza, sobretudo, chamando-a de Mãe. Pena que ao longo dos séculos, essa ligação das mulheres à Terra e aos seus segredos tenha sido vista como algo profano, atirando-a para o campo da bruxaria e das coisas diabólicas.
Para mim, essa ligação é uma forma de poder e talvez por isso tenha sido tão atacado no passado. Para que a Luz tenha consciência do seu poder como mulher, do poder do seu corpo, da sua fertilidade, da sua sensibilidade em relação aos outros e à vida, faço questão de a apresentar à sua outra Mãe, aquela que me dá abrigo e sustento a mim, para lhe dar abrigo e sustento a ela.
AB
Adorei e partilho da mesma linguagem. Melhor ditas pelas tuas palavras.
Beijinhos
Nesse quadro, a pincelada mais linda é Luz! Também gosto de ´pequenina´ …´quando eu era pequenina´. Palavra com sentimentos dentro…